Sindicatos, empresas e prefeituras se somaram numa luta intensa para que a presidenta Dilma Rousseff estenda a Minas Gerais os benefícios da Medida Provisória (MP) 677.
Através dela, o governo criou o Fundo de Energia do Nordeste com benefícios a empresas eletrointensivas da região Nordeste e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) até 2017. Através dela são beneficiadas empresas que tiverem interesse de produzir energia redução do custo de energia para R$ 110,00 por Megawatt (MWH) para as empresas Vale, Gerdau, Braskem. Dow, Paranapanema, Ferbrasa, Mineração Caraíba, mas somente no Nordeste.
No dia 1º de julho, foi realizado um grande manifesto em Pirapora (MG) para que esta MP seja estendida ao Sudeste, ou, pelo menos, ao Norte de Minas. A medida é considerada emergencial para o setor de ferroligas, que opera com capacidade instalada que já atinge uma ociosidade próxima de 80%. As demissões já atingiram cerca de 15 mil trabalhadores em Minas.
Esta luta chegou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais no último dia 9 de julho, através de uma Audiência Pública. Convocada pelo deputado Celinho do Sintrrocel (PCdoB), a audiência mobilizou novamente centrais sindicais, prefeituras e empresas para discutirem e ampliar a mobilização pela extensão da MP 677.
Na mesa com os parlamentares que discutiam o assunto, o diretor financeiro da Femetalminas e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Bocaiuva, Delson José de Oliveira, afirma que “o funcionamento de indústrias que consomem muita energia no custo de produção está ficando inviabilizado, provocando demissões em massa em toda a cadeia produtiva, sendo necessária a medida urgente para a sobrevivência de empresas, trabalhadores e municípios”.
Na audiência, o diretor executivo da Associação Brasileira de Ferroligas e Silício Metálico (Abrafe), Edivaldo Holman, lembrou que “80% da produção de ferroligas no Brasil está em Minas Gerais” e que “a energia é o insumo mais importante dessa indústria, chegando a representar entre 40% e 45% dos custos”.